domingo, 9 de janeiro de 2011

Onde buscar uma boa informação? (2° Edição, 12.03.2011)


Faz algum tempo que eu venho me preocupando com o baixo nível de informação de meus alunos. Não são escassos os comentários em aula sobre questões insignificantes noticiadas na grande mídia bem como a preguiça (a)crítica contida em suas reproduções fiéis das ideologias escondidas nas versões fatuais destes veículos.

Que me perdoem os estadistas do Brasil, mas é inadmissível a um país que tornou-se com o sacrifício de seu povo uma das maiores economias do mundo e que (podem dar risadas) postula ser, em vinte e poucos anos para frente, uma potência central do capitalismo mundial, que a sua população (e não me refiro somente àqueles que criaram-se nas intempéries materiais da escola publica):

a. Não consiga operar o espaço geográfico com clareza, e dentro disso,
b. Não compreenda as questões fundamentais que mantém a nossa potência em gestação (até parece) como um dos países mais ricos e, ao mesmo tempo, mais desiguais do mundo.

Explicar aos nossos alunos a essência da produção capitalista do espaço, nas escalas geral e nacional, é premissa básica. Como podemos educar (e educar é libertar) se nossos alunos (como seus pais) são privados de saber que, de cada 100 reais que o governo gasta, 35 servem para agraciar os grandes capitalistas financistas que beneficiam-se de nossas taxas de juros estratosféricas? Esta é a nossa dívida pública que, ao contrario do que a grande mídia desinforma, não cessa de crescer a cada ano. 

E a educação e a saúde? Estas, que são as esferas mais fundamentais de qualquer sociedade, juntas não perfazem 8 reais dos gastos do governo. Se isso é realmente verdade (confira você mesmo em www.divida-auditoriacidada.org.br/), é imperativo expor à sociedade esta realidade de maneira clara (eis o papel da Escola) que tal conta não é feita simplesmente por ser algo natural, uma lei irrevogável, coisa do acaso ou uma verdade técnica. Trata-se do uso ideológico dos aparatos de Estado para o beneficio de poucos. São relações de poder em pleno vapor atuando. Nossos alunos merecem saber disso.

Enfim, para não me prolongar neste tema, antes de mais nada é preciso dizer: não existe informação sem a escolha daquilo que se quer informar. Então, diante de todo esse vendaval diário de notícias parciais e impressionantemente desinformantes veiculadas diariamente nos grandes oligopólios de informação, sinto-me, como professor, na obrigação de lhes acenar com outras abordagens.

Gostaria que você, aluno ou amigo, estabelecesse uma comparação entre os veículos que te mostro na sequência com aquilo que diariamente circula entre a massa da população. O abismo é abissal (perdoem-me a redundância). Você terá com toda certeza, a sensação de que nunca esteve interado com nada ou, na menos pior das hipóteses, com muito pouco! 

Trata-se de formatos radiofônicos e de jornalismo virtual escrito, a maioria com versão impressa. Todos eles são comprometidos com a busca de uma sociedade mais justa, soberana e equilibrada. Com a palavra, importantes intelectuais das nossas universidades e representantes da sociedade civil organizada tecendo comentários, ensinamentos e reflexões sobre a nossa realidade substantiva.
São alguns deles, entre os mais conhecidos, porém não os únicos: 

RÁDIOS: 
1) http://www.programafaixalivre.org.br/: programa de rádio completamente indispensável para compreender a realidade no Brasil e no mundo nas esferas econômica, política e social. Cada programa, todos gravados e com 2 horas de duração, é uma pílula concentrada sobre o que, de fato, está acontecendo.

2) http://www.redebrasilatual.com.br/: é uma rádio mas também possui periódicos. 



Periódicos (jornais, revistas, etc) e artigos científicos

3) http://www.rumosdobrasil.org.br/: um excelente jornal eletrônico com artigos de sobre diversas áreas sobre os importantes temas do Brasil. Muito bom mesmo.
4) http://www.brasildefato.com.br/: jornal impresso semanal com versão virtual.
5) http://carosamigos.terra.com.br/: revista impressa semanal com versão virtual.
6) http://diplomatique.uol.com.br/: revista impressa semanal com versão virtual.
7) http://www.cartacapital.com.br/: revista impressa semanal com versão virtual. Boa revista. Possui uma edição mensal para estudantes e professores, mas tome cuidado: figuras como Delfim Neto (arrrghhh) têm colunas próprias!
8) http://www.estrategiaeanalise.com.br/: site com publicações mais teóricas. É mais adequado para pessoas que querem uma informação mais teorizada.
9) http://www.cartamaior.com.br/templates/index.cfm: outro site que também é bem interessante para se informar. Esta ao nível dos demais.
10) http://www.periodicos.uem.br/ojs/index.php/EspacoAcademico/index: site de artigos acadêmicos muito bom.
11) http://www.correiocidadania.com.br/: um outro portal de mídia alternativa muito interessante.
12) http://www.sescsp.org.br/sesc/revistas/revistas_link_home.cfm?BreadCrumb=1: revista Problemas Brasileiros. Interessante também para se informar sobre o que acontece no Brasil.
13) http://revistapesquisa.fapesp.br/: outra revista que aborda muitas temáticas do ponto de vista científico com uma excelente qualidade.


E na  televisão? Bom queridos, na TV aberta é uma missão quase impossível. Sobra a TVE que não anda lá essas coisas, mas na TV via cabo temos bons programas nos seguintes canais:

· TVs Câmara e Senado (excelentes documentários históricos, biográficos bem como programas sobre cultura, política e conjuntura nacional). Ambos possuem sites com programas que pode-se baixar.
Para a TV Câmara tem o serviço Baixe e use:
http://www.camara.gov.br/internet/tvcamara/?lnk=BAIXE-E-USE&selecao=BAIXEUSE&nome=todosBaixe01
Para a TV Senado temos programas gravados também no lado esquerdo em "programas", basta escolher o tema. Vai lá: http://www.senado.gov.br/noticias/tv/
·  TV Assembléia (da Assembléia Legislativa-RS) com programas similares, embora à escala do Rio Grande do Sul.
· Canal FUTURA. Apesar de pertencer ao oligopólio das organizações Globo contém interessantes filmes e programas.
·  NBR, um canal público da Empresa Brasileira de Comunicação que visa buscar a pluralidade das expressões locais do Brasil.

OBS: Canais como NATGEO, HISTORY e DISCOVERY também tem seus méritos, mas muitas vezes apresentam programas de curiosidades meramente e outros ruins no seu conteúdo.

Um comentário:

  1. Oi Gabriel!

    Concordo contigo, nossos meios de comunicação estão com um nível PESSIMO, em se tratando de passar uma informação imparcial que não seja movida por interesses escusos.

    Revistas como a “Veja” são simplesmente um atentado à verdade, e pq não dizer, um atentado à inteligência do leitor. O choque começa na capa, sempre pintando com cara de anjinho os amiguinhos deles (Conseguiram deixar o Serra com cara de bonzinho em uma das capas) e com cara de Demônio os inimigos (Como na capa em que se vê a silhueta do rosto de Fidel e esta escrito: “Já vai tarde!” com letras garrafais). Pior ainda é ler o conteúdo: Tendenciosa, panfletária, neoliberal, entreguista e derrotista do inicio ao fim! O mais irritante de tudo é ver a “pseudo-nata da intelectualidade” se gabando e se sentindo vanguarda por lerem essa bosta.

    Meios de comunicação como radio e televisão, eu entendo que tenham mesmo um enfoque mais de entretenimento, até pq não somos maquinas sempre “EM BUSCA DE INFORMAÇÕES PRECISAS”. Assim como odeio a idéia de uma TV que me imbecilize, com programas idiotas de pseudo-jornalismo como o do imbecil do Datena, talk-shows ridículos com pessoas conversando sobre sapatos e cortes de cabelo, ou o famigerado BBB (nem comento..), também não aturo a idéia de uma TV sisuda onde só passem documentários e programas com conteúdo.

    É preciso haver um equilíbrio. Quero uma televisão com humor inteligente, seja um humor de protesto ou não, mas que seja inteligente! Quero mais arte! Todas as artes! Quero festivais de musica! Quero torcer e votar nesses festivais! Quero filmes que me entretenham e me ensinem algo, que me façam rir e chorar e me estimulem a buscar valores sólidos na vida. Quero um jornalismo de gente com culhão, que não tenha medo de nada! Que escarafunche meio mundo para denunciar uma fabrica que jogou dejetos no rio, um coronel grileiro filho da puta ou toda e qualquer forma de corrupção. Quero jornalistas que façam o que deveriam estudar para fazer: Jogar a merda no ventilador!

    Mas pra isso tudo adiantar, eu quero um povinho melhor, que entenda que gritar contra o que é errado é uma maneira de semear o que é certo. Quero que as pessoas vejam uma noticia de que a fabrica de alimentos tal esta usando soja transgênica, e IMEDIATAMENTE deixem de consumir todo e qualquer produto desta empresa, e não se resuma a ficar “protestando” passando emails de corrente na internet.

    É Gabriel... Esta longe... Mas ter fé já é um bom começo. Hehehe

    Uma pergunta: Qual a tua opinião sobre o Big Brother? (hehehe)

    Abração
    Tiago Farinon

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