quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Questão 52 (UFRGS/2012)


Resposta: B

Esta questão aborda os principais aspectos do estágio atual do capitalismo global no que tange à algumas considerações sobre seus principais agentes (Estados Nacionais, no caso) ou grupos de agentes.

A primeira afirmativa é verdadeira. Ela trata de dois dos continentes de maior expressão econômica em termos de resultados de crescimento econômico nos últimos anos: China, Índia, Coreia do Sul (os asiáticos), Brasil, Argentina, México (latino-americanos). Estes países tem puxado o grupo dos países emergentes (para utilizar a nomenclatura difundida) ou em desenvolvimento (outra palavra que a mídia gosta). A importância destes países atualmente é tamanha que o antigo grupo dos países mais ricos do mundo até a década de 90, o G-7 (EUA, Japão, Alemanha, Reino Unido, França, Itália e Canadá, na ordem), não possui mais condições políticas de, sozinho, imporem regras econômicas para superar a crise atual. Tiveram que ampliar o escopo de nações na busca por soluções formando o G-20. Na verdade, este grupo tem sua origem em 1999, mas só recentemente adquiriu uma importância que já está acima do G-7. Neste grupo estão inclusos os países citados da Ásia e América Latina, os países do G-7, Austrália, África do Sul e outros.
Sendo assim, o G20 é um exemplo que ilustra a primeira afirmação. Outro exemplo são os empréstimos financeiros realizados por estes países na criação de um fundo de salvamento para crise europeia. Pela primeira vez a periferia do capitalismo é considerada como uma uma fonte de financiamento para uma crise no centro.
Basta analisar o gráfico que segue. Os países que mais crescem economicamente não são os Estados Unidos ou os Europeus mais fortes. Este já passaram por processos de formação da capacidade econômica através da industrialização que se iniciou no século XIX. A queda geral que se observa entre 2006 e 2008 é fruto da crise.







A segunda afirmação é confusa, mas foi considerada verdadeira. Na América do Norte e na Europa não existe mais uma industrialização acelerada, a julgar pelo crescimento econômico dos países da U.E e dos EUA nos últimos anos. Isso sem levar em conta a desterritorialização de empresas estadunidenses e europeias para reterritorializarem-se em outros espaços em busca de vantagens econômicas, o que configura uma espécie de desindustrialização nestes países. De qualquer forma, todo processo de industrialização gera pesados efeitos nocivos sobre o meio-ambiente: poluição hídrica, atmosférica, desmatamento, erosão e contaminação dos solos, etc. Alguns destes impactos possuem efeitos globais como, por exemplo, a poluição atmosférica.
Observem no gráfico as emissões de dióxido de carbono para cada habitante. Nos períodos de formação ou expansão dos parques industriais, o que, nos países do G-7 deu-se até a década de 60, as emissões possuem elevação e depois se mantêm relativamente estáveis. A China e a Coreia do Sul, exemplos de países que iniciaram seus processos de industrialização na segunda metade do século XX, ainda estão em elevação das suas emissões.



Também está correta a terceira afirmação. Toda crise econômica tente a reverter fluxos migratórios. A crise atual é enorme e até agora as soluções não foram encontradas. Portugal e Espanha são “sócios menores” na U.E. Não possuem poder político na medida em que são economias menores. A U.E tem se configurado como um projeto de ampliação do espaço de atuação dos imperialismos alemão (o Banco Central Europeu está em Frankfurt, por exemplo) e francês, as principais economias da zona do euro.
Geralmente (não é regra) aqueles países de menor expressão econômica são mais vulneráveis e passíveis de modificar o fluxo migratório rapidamente. Já países como Alemanha e França, mesmo em crise, possuem maior capacidade de manter as tendências demográficas a curto e médio prazo.

A quarta afirmativa é falsa. Nos países considerados os custos da mão-de-obra são baixos. Esses países possuem como vantagens econômicas a superexploração do trabalho que permitem colocar seus produtos no mercado internacional a baixos preços. Muitas empresas japonesas, norte-americanas e europeias vão até estes países para nutrirem-se disso.




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